Voando sozinha com crianças
Viagens internacionais na maioria das vezes são bem cansativas. E se para nós seres crescidos já é um desafio a saga de aeroporto, segurança, portão de embarque, malas, etc. Imagine só para os pequeninos?
Viajar com criança é desafio dobrado (out triplicado no meu caso), mas não é impossível. Nesse post eu conto como foi cruzar literalmente meio mundo com as minhas três filhas. Como nos preparamos, durante e como foi voltar para casa.
Antes da viagem
Prepare as crianças
Mais ou menos um mês antes, eu comecei a preparar minhas filhas para a viagem. A viagem era tópico de conversa todos os dias. Eu mostrei para elas vídeos sobre aviões e sobre aeroportos. Não só expliquei cada etapa da nossa “aventura”, também brincamos de aeroporto e avião dentro de casa pelo menos uma vez por semana.
Como eu seria a única adulta com elas, era crucial deixar claro todas as etapas que temos dentro do aeroporto. Deixar claro que temos longos tempos de espera, que temos que andar e mais importante de tudo que a mamãe não ia poder carregar ninguém no colo. Para quem não sabe eu tenho 3 filhas e duas delas são gêmeas, carregar uma basicamente significa carregar as duas. Por essa razão também decidi não levar comigo o carrinho de bebê, pois seria mais coisa para carregar e alguém sempre ia estar reclamando. (Não me arrependi dessa decisão).
Se prepare
Não são só os pequenos que precisam estar preparados, as mamães também precisam se preparar para viagem em vários aspectos.
Prepare-se fisicamente, aeroportos geralmente envolvem longas caminhas, se você estiver fora de forma procure caminhar algumas vezes na semana antes da viagem. Levantar peso se possível, pois carregar malas e crianças é parte obrigatória também.
E mais importante de tudo, prepare-se mentalmente. Viajar com crianças vai exigir muito de nós, muito provavelmente as coisas não acontecerão conforme o planejado, manter a calma será essencial. Mude o seu foco para eles e não você mesma. É claro que você não vai poder assistir aos filmes, é claro que não vai poder tomar um café tranquila, é claro que não vai poder dormir muito, ter noção disso antes de embarcar ajuda muito. Diminuindo suas expectativas vai diminuir muito as chances de frustração.
Mantenha-os ocupados
Para cada uma das meninas preparei uma mochilinha individual com itens que facilitariam os períodos de espera e as manteriam ocupadas.
Cada mochila tinha
– Um mini caderninho com mini lápis de cor
– Adesivos
– Uma Barbie
– Uma garrafa de água (enchemos após passar pela segurança)
– Frutas secas e castanhas
– Biscoitinhos salgados
– E uma surpresa para ser aberta na escala
Elas brincaram com todos em menos de duas horas, mas deixaram a surpresa para a próxima parada como havíamos combinado.
Deixar a água de livre acesso é uma ótima ideia, que evita termos que ir ao bebedouro toda vez que alguém tem sede e também comprar garrafas plásticas para os preços absurdos dentro do aeroporto.
Aguardamos cerca de 3 horas e meia antes do primeiro voo. E apesar do sono elas resistiram muito bem e super tranquilas.
Antes da decolagem
Manter a mala de mão simples e organizada é sempre uma prioridade para mim. Prefiro mochila ao invés de mala de rodinhas, pois assim além de ter as mãos livres facilita na hora de abrir e fechar para pegar coisas. E para facilitar ainda mais eu tinha outra sacola tipo tote bag na qual coloquei as coisas que elas poderiam pedir durante o voo para evitar ter que ficar abrindo o compartimento superior de bagagens.
Para a decolagem
Aqui em casa doces do tipo balas e pirulitos são super raros, mas estavam na mala comigo para casos de emergência. Então para evitar a dor nos ouvidos que pressão do avião causa ao decolar cada uma ganhou uma goma de mascar, foi um sucesso e fez a decolagem super tranquila.
Durante o voo
Elas ficaram acordadas as primeiras horas do voo. Eu tentei segurar ao máximo antes de liberar o uso dos monitores do avião, pois afinal de contas o voo era muito longo e se começassem a assistir já no comecinho poderiam ficar irritadas e frustradas mais cedo. Disse que poderiam assistir depois que a comida fosse servida. Depois da comida, assistiram um pouco e caíram no sono. Dormiram por cerca de 5 horas, ou seja, 40% do nosso tempo todo no ar. A cada duas horas (do período que estavam despertas) eu levava elas ao banheiro uma por uma, mas sempre deixando claro para as outras onde eu estava, para evitar se assustarem se me perdessem de vista.
Então os outros 60% do tempo foram divididos entre a TV, desenhando, brincando com as surpresas e comendo.
Chegando ao destino
A chegada no aeroporto traz alivio, mas, ao mesmo tempo, aquele sentimento de “não aguento mais”. A minha mais velha desmoronou em lágrimas na última hora do avião quando eu disse que chegando lá não era só sair do aeroporto, que ainda tínhamos que passar pelo controle de passaporte e esperar pelas nossas malas.
Mas guardei ursinhos de goma para esses momentos, e sabe aquela tote bag? Ela também ajudou a acelerar o processo de desembarque, já pude guardar tudo nela e só pegar a mala grande para descer o mais rápido possível, evitando as filas.
As malas demoraram, mas ainda em casa decoramos cada uma delas com fitas coloridas e a brincadeira era lembrar todas as cores de fita e encontrar as malas.
E foi assim que cruzamos o Atlântico todo, eu e três crianças de 7 e 3 anos…
Quando eu paro para pensar ainda nem acredito. Nem preciso dizer que a volta foi mais tranquila ainda, pois elas já estavam experts em viagem.
Sei que o texto foi super longo, mas se quiser o segredo básico para longas viagens com crianças eu diria que não são os super achados da Amazon, mas sim simplesmente ajustar o foco e pensar no bem-estar da criança, ter a mentalidade positiva e manter a calma, se você estiver calma eles também ficarão.
Leave a Reply