Terremoto no Líbano: escuridão, trovões e tremores
São 9h18 da manhã agora, exatamente 6 horas atrás um grande terremoto abalou a Turquia, e as ondas sísmicas foram sentidas em vários países do Oriente Médio.
O número de mortos continua crescendo entre nossos vizinhos turcos. Felizmente no Líbano não tivemos nenhuma fatalidade, mas o país inteiro (já marcado por traumas como a guerra civil, e a explosão do porto) ficou em choque com os tremores.
Essa época do ano no Líbano é conhecida pelas muitas tempestades que além de chuva intensa trazem trovões e baixas temperaturas chegando a nevar nas regiões mais altas.
Devido à crise de eletricidade pelo menos 90% do Líbano durante as 3 e 6 da manhã não possui eletricidade nenhuma.
Então esse era o cenário, trovões, vento forte e escuridão.
Eu me lembro que uma das gêmeas acordou e veio para minha cama, eu a abracei e senti um forte desejo de orar. “Protege a nossa casa, protege a nossa família, envie os teus anjos”. Eu a levei de volta a cama dela, e dormi.
Uma hora depois eu e meu esposo acordamos com os tremores, nossa cama batia na parede.
Nos dois literalmente pulamos da cama.
Ele disse: “é um terremoto!” e a primeira coisa que saiu da minha boca foi “as meninas!”.
Corremos para o quarto delas e trouxemos elas para o nosso quarto. As gêmeas continuaram dormindo tranquilas, mas a Sophie acordou.
“O que é isso mamãe?”
“Tá tudo bem filha.”
“Eu senti minha cama tremer mamãe eu estou com medo.”
“Tá tudo bem filha, eu estou aqui com você.”
As palavras não saiam da minha boca.
Eu acredito que o primeiro tremor não demorou mais que 5 minutos. Mas pareceram horas.
Eu queria descer do prédio e ir para a rua. Meu marido disse que já estava acabando.
E por alguns minutos sim, tinha passado. Mas teve uma segunda onda. Mais fraca, mas não menos assustadora.
Pessoas começaram a sair nas varandas para ver o que estava acontecendo.
Algumas saíram de carro.
E provavelmente todos estão acordados até agora.
As pernas tremiam, o coração palpitava. Na cabeça eu tentava lembrar os procedimentos de emergência em caso de terremotos. Se a gente devia pegar o carro e ir para montanha (-6 graus lá em cima) ou ficar aqui.
Foi uma experiência assustadora.
Mas que mais uma vez me ensinou que devemos sempre, sempre e sempre dar valor a cada dia, cada minuto com a nossa família. A correr atrás dos nossos sonhos, e lutar pelos nossos objetivos, e amar como se fosse nosso último dia…
Tudo, absolutamente tudo pode mudar em questão de segundos. Faça cada um deles valer a pena.
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